- Os casos de violência estão aumentando na América Latina e no Caribe, 8 em cada 10 meninas e meninos são vítimas de violência sexual.
- Colômbia: Bogotá, Antioquia e Valle del Cauca são os departamentos com maior número de meninas, meninos e adolescentes vítimas de violência sexual.
- A violência doméstica, a pobreza e a superlotação são fatores que influenciam no aumento dos casos de violência sexual contra meninas e meninos.
Diante do aumento dos casos de violência sexual contra meninas, meninos e adolescentes, a Coalizão Alianza por la Niñez Colombiana, em coordenação com a iniciativa Tecendo Redes na Infância, No âmbito da estratégia #NiñezPrimero, realizou o webinar: Como podemos parar o aumento do abuso sexual, venda e exploração de crianças e jovens durante a pandemia?
Na sessão, os especialistas destacaram que, devido à pandemia COVID-19, houve um aumento significativo dos casos de violência sexual, tráfico de pessoas e pornografia infantil na região, afetando principalmente meninas e adolescentes.
A esse respeito, Juan Martín Pérez García Coordenador da iniciativa #TejiendoRedesInfancia na América Latina e no Caribe, destacou que na região 8 em cada 10 abusos sexuais ocorrem no ambiente familiar, “Temos uma cultura machista patriarcal que transforma as pessoas em objetos e isso se traduz em atos de abuso e exploração sexual contra meninas e meninos”.
Quanto à situação na Colômbia, Mónica Bejarano, da Asociación Creemos, indicou que 26.065 casos de violência sexual foram registrados na Colômbia, deste número 22.794 eram meninas, meninos e adolescentes. Os departamentos com maior número de casos são: Bogotá com 4.169, Antioquia 3.302, Valle del Cauca 2.268, Cundinamarca 1.658 e Santander 1.368. (2018)
Neste contexto, Gabriela Hermida, Especialista em Infância, explicou que o abuso sexual também está relacionado a outros crimes, como exploração sexual comercial, pornografia infantil, tráfico para fins sexuais, padrões parentais abusivos ligados a questões culturais, fácil acesso a materiais com conteúdo sexual , entre outros. “A prevenção deve ser diferenciada, o abuso sexual não é só quando crianças são utilizadas para material pornográfico (...) é também quando são expostas a ver pornografia, é como se fossem vítimas de abuso”.
Da mesma forma, Hermida acrescentou que cerca de 300 milhões de sites distribuem material pornográfico, 35% de downloads são pornografia, 71% de menores ocultam informações de seus pais e mais de 30% compartilham fotos de conteúdo sexual em algum momento através das mídias sociais.
A este respeito, Juana París, Programa Te Protejo, Rede PaPaz, acrescentou que durante o período de reclusão houve um aumento de 60% para 87% de consumo de material pornográfico infantil; Por isso, sugeriu a criação de estratégias de corresponsabilidade com entidades governamentais, organizações da sociedade e organismos internacionais.
Em relação ao acesso à Internet e seu link para casos de abuso sexual, o representante do Centro Internacional para Crianças Desaparecidas e Exploradas, Pili Ramírez, alertou que meninas e meninos podem ser vítimas de abuso sexual através das redes sociais; Por isso, recomendou aos pais atenção especial quando meninos e meninas navegam na Internet ou nas redes sociais.
Da mesma forma, Gloria Carvalho, Secretária Executiva da Coalizão Alianza por la Niñez Colombina, explicou que a falta de normas que regulem ou punam crimes como resmungos, sexting, sextorção também é um fator que contribui para o aumento da violência sexual em meninas e meninos crianças. “A denúncia é um elemento fundamental, não só para identificar os agressores, mas também para identificar as crianças vítimas de violência”.
Em relação a outros fatores, Nelson Rivera da Fundação Renacer, sublinhou: “O confinamento aumenta os níveis de violência doméstica e violência sexual contra meninas e meninos, tornando-os mais propensos a outros tipos de violência, como a exploração sexual comercial”.
Por fim, Junior Jean Piero, adolescente colombiano, refletiu sobre a necessidade de realizar campanhas de prevenção dirigidas a meninas, meninos, adolescentes e jovens, desenhar planos educacionais com enfoque de direitos humanos e espaços de formação para mães e pais.
Vídeo:
O vídeo está disponível em HD, solicite-o diretamente.
Contato para a imprensa: Verónica Morales, Diretora Regional de Comunicação / [email protected]
Sobre:
#NiñezPrimero é uma estratégia que orienta o atendimento a crianças e adolescentes em situação de emergência.
Tecendo redes infantis, é um projeto cofinanciado pela União Européia que visa contribuir para o fortalecimento e consolidação de uma plataforma de defesa da infância e da adolescência em 19 países da América Latina e do Caribe. O conteúdo desta publicação é de responsabilidade exclusiva de Direitos da Criança México AC / #TejiendoRedesInfancia e em caso algum deve considerar que reflete as opiniões da União Europeia.